quinta-feira, 31 de julho de 2014

Felicidade Passageira


Ao abrir os olhos a manhã me invadiu. A neblina ainda se espalhava pelo ar e tudo ainda estava denso... frio... porém claro e lindo. Os passos pelo chão frio da casa me fizeram lembrar de que mais um dia estava começando e logo logo o sol estaria ali esquentando aquele piso de azulejos brancos.
O canto dos pássaros e a maravilhosa conversa na padaria ao pedir pastéis e suco de laranja para o café sempre dão uma poesia a mais nas manhãs frias de julho. Um bom livro depois dos pastéis sempre cai bem, debaixo do sol fraco a aquecer o casaco de moletom.
Tudo tão diferente, tão iluminado. Em dias assim, observar o tempo passar é a melhor maneira de aproveitar algo tão esperado em todas as casas por todas as pessoas. Todo motivo para sorrir se resume em um único motivo:
HOJE É DIA DE PAGAMENTO!! *_*

quarta-feira, 30 de julho de 2014

Como assim?

Gente... nas minhas voltas pelo face encontrei isto:

Muitos vão dizer: Não falo nada! Mas não fala nada por que?
Essa imagem é uma prova real de que se a pessoa não for aparentemente ameaçadora, ela não merece respeito. Será que o ser humano só consegue respeitar as pessoas quando se sente oprimido? Deve ser por isso também que respeitamos tanto esse governo que nos oprime e massacra cada vez mais, respeitamos tanto as políticas econômicas que acabam cada vez mais rápido com o nosso salário. Mas e os gays, lésbicas, transexuais e até mesmo os heterossexuais...? Precisam andar pela rua espumando pela boca como um cão raivoso para manter o respeito alheio?
Se isso funciona, gente, precisamos de mais professores bombados para dar jeito nessa criançada sem educação de hoje em dia, precisamos de bandidos bombados para oprimir policiais corruptos e de policiais bombados para oprimir bandidos e estupradores. Afinal... Será que é por isso que as academias hoje em dia vivem lotadas?
No final, todos sabem que no mundo hoje em dia funciona a lei do mais forte, seja fisicamente ou financeiramente. Mas não devemos respeitar as pessoas pelo que elas aparentam ser, mas sim pelo que elas realmente são. O que tem demais um casal gay andar na rua de mãos dadas? Por que eles são motivos de piadas para a sociedade? Galera, eles são seres humanos também, e até o momento em que não te prejudicam em nada, não há motivos para odiá-los, tentar rebaixá-los, fazer passar por ridículo.
Você que ainda age assim, se pensa que está sendo engraçado, eu te dou um aviso: CUIDADO, afinal uma hora a graça acaba.

terça-feira, 29 de julho de 2014

O frio sozinho



O inverno chega e com ele a sensação de que nossas roupas não conseguem nos aquecer mais. O edredom não é mais tão aconchegante como de costume e o banho demorado passa a ser torturante quando pensamos em desligar o chuveiro quente. Os pés já não se aquecem tão facilmente e é difícil passar sem uma xícara de café ou um copo de chocolate quente.
O frio é repulsivo, egoísta. Só se sente quando se está sozinho, pois quando o coração está aquecido não há lugar para uma partícula de neve sequer. O edredom se aquece mais rápido com mais um par de pés ali debaixo, o chocolate fica mais saboroso quando é dividido e o banho fica mais gostoso quando se sabe que ao sair dali, tem alguém de braços abertos pronto para te aquecer.
O enigma do inverno é decifrado quando é vivido a dois... três ou mais. Não importa. O importante é lembrar-nos de que uma faísca sozinha não forma uma fogueira, precisa do combustível. Uma brasa sozinha não aquece, precisa de mais lenha. Você sozinho não é tão forte quanto pensa, então, que tal aproveitar o inverno para dividir a fogueira, o chocolate ou o edredom?

Ps: amigos também dividem.

segunda-feira, 28 de julho de 2014

Noite


Mais um dia...

Daqueles sem graças e vazios em que tudo o que seu interior pede é um pouco de silêncio e paz para que tudo o que sua cabeça vem planejando se coloque em prática e se revele produtivo, de alguma forma.
Morcegos e baratas se confundem nas ruas noturnas, assim como carros e caminhões quase se fundem no trânsito infernal do meio-dia.
Formigas queimadas pela enorme bola de fogo que aponta no céu todos os dias, sucumbindo a humanidade ali, debaixo de seus olhos de faísca. 
Máquinas de serra: serrar piso, serrar aço, serrar ferro, vidro... Máquina de costurar, de estampar, de colar, descolar, alinhar, balancear, compressores, vozes, gritos e o que mais incomodava... Os saltos da vizinha no andar de cima aumentando cada vez mais a vontade de preparar uma artilharia pesada para abatê-la como um pato no ar abatido por uma carabina antes mesmo que se resolva levantar e subir um lance de escadas para esbravejar e falar coisas desnecessárias à uma loira totalmente desligada das necessidades artísticas.
Ana Maria Braga, Bem Estar, Fátima Bernardes... Ninguém além de mim se cansa desses programas toscos que marcam as manhãs com náuseas todos os dias? Odeio manhãs! Odeio ter que acordar todas as manhãs!
Na ânsia de tudo mudar, pode-se sentir o coração se acalmar quando o sol cai à margem do horizonte, o bebê pára de chorar, as formigas se refrescam, as britadeiras, serralherias e oficinas param de funcionar. E o silêncio vem...
Junto com ele a inspiração. Os dedos se mexem sozinhos em direção à caneta. O cheiro de papel branco e novo fascina, e os olhos não sossegam até que todo o espaço vazio do papel esteja preenchido de letras miúdas e conteúdos importantes, longe das atividades cotidianas do dia-a-dia.
A madrugada pede silêncio, ousadia e conhaque. Tudo o que se precisa para fazer o progressivo ritual de escrever. Mas é necessário mesmo fazer tudo isso simplesmente para escrever?
Não simplesmente, afinal, escrever envolve muito mais do que um simples verbo, uma simples ação, o simples fato de pegar uma caneta e preencher um pedaço de papel. Acontece que, somente quem lê sente a necessidade de escrever, o que é diferente de vontade. 
A madrugada não inspira apenas palavras. Sujos de coturno, limpos sem moeda, podres em terno de veludo e milionários em sua ânsia de exibir todo o seu poder nas ostentarias variadas da cidade também caem em suas armadilhas e ciladas. Em cada esquina se pode encontrar a glória e o perigo, o que são meros mitos, quando se está num quarto quente de casa em silêncio, ouvindo a quietude, inspirando inspiração com o aroma de essências a lhe preencher a mente, pronto para se deixar envolver por toda atmosfera pacífica presente ali. E no fim, ao descarregar todas as idéias da mente, preenchê-las com idéias diferentes é o atrativo para o sono e o descanso.
Em fim em paz... por pouco tempo, já que no outro dia começa tudo de novo...